quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O QUE É SER MÃE ?

Pedi autorização para a Lia Rauber da Silva para divulgar o texto abaixo aqui no blog. Ele foi publicado no Diário de Santa Maria de 24 de junho. De uma sensibilidade apurada, sintetiza a renovação que todas nós, mães, vivenciamos no dia a dia dessa missão ímpar.

O processo de ser mãe é a maior experiência de minha vida. Durante minha gravidez, curti muito meus filhos, amando-os, sem nem mesmo os conhecer.
Ser grávida era ter a serenidade e tranquilidade maior, porque pensava e sentia emoções muito fortes e prazerosas o tempo todo. Era a gravidez normal de uma gestante sadia e feliz.
Com os filhos nascidos, aprendi as diferenças entre seres humanos irmãos, nascidos totalmente dependentes, que à medida que crescem e desenvolvem, aumentam suas capacidades e seus talentos vão aflorando. Ser mãe, passou a exigir de mim tempo, dedicação, estudo, mudanças de hábitos e, principalmente, a prestação de cuidados.
Ser mãe me fez renovar constantemente. Passei pelo tempo do colo, dos primeiros passos, ao de vê-los andar sozinhos. Da amamentação, um pouco frustrante, de apenas dois meses, passei às incertezas da alimentação artificial.
Teve o tempo da higienização, com fraldas, babeiros, aprendizado do controle de esfíncteres; tempo dos choros, birras, baldas, brigas e do sono e repouso tranqüilos.
Teve o tempo de ninar, cantar cantigas, ler historinhas infantis, contar repetitivamente e da mesma forma, as mesmas histórias, mas também também chegou o tempo de ouvir suas peripécias, seus medos, inquietações e suas conquistas.
O tempo das brincadeiras dentro e fora de casa: balanços, esconde-esconde, corridas, saltos, joguinhos…
Tempo do sim e do não, de impor limites, quem sabe nem sempre necessários ou adequados ao momento…
Teve o momento doloroso de ir trabalhar e ter de deixá-los, às vezes aos prantos, chamando “mamãe”. Assim como teve o tempo de deixá-los na escola, com pessoas com quem apenas estavam começando a conviver.
Chegou também o tempo de ser sua fã incondicional, pelas muitas coisas lindas que faziam em casa, na casa de familiares, na escola, aplaudindo-os sempre como os melhores filhos do mundo.
Hoje, chegou o tempo de aplaudi-los pela sua independência, e embora o ninho possa estar vazio, o coração está transbordante de laços filiais entrelaçados pelos braços do amor.
Com os filhos aprendi a amar mais e ser mais amada! E isso para mim é ser mãe.

Lia Rauber da Silva

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